Quem Somos


Um selo, sem fins lucrativos, que visa unir autores e obras com qualidade literária, tornando possível o acesso de seus autores ao mercado editorial, difundindo informação, conhecimento, cultura e entretenimento literário, assim como disponibilizando ao leitor produção nacional diversificada e de qualidade.

Idealizado por volta de Maio de 2010, de responsabilidade gráfica independente, analisa e tem por premissa oferecer obras de ficção, narrativas históricas e contemporâneas, ensaios em geral, romances, literatura poética, biografias e qualquer produção que não confronte seu regulamento.

Colaboram nesse selo que visa unir autores e leitores interessados em publicar e difundir inédita literatura brasileira Aline Negosseki Teixeira, Bruna Longobucco, Ialy Cintra, Regina Polli, Carla Fernada, Cristina Pareyra.

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A ovelha é um animal dócil e manso, obediente, puro e submisso para aquele que lhe dedica afeto. Com esse estabelece laços de fidelidade e amizade. É um animal que também remonta o pensamento para fartura, por sua lã, leite e carne. Arredia, foge daquele que por ventura lhe poderia causar dano. Se danificada por alguém, jamais busca vingança. A ovelha sempre perdoa quem a magoa. Entrega-se e é, talvez, o único animal que chora em silêncio ao saber que sua vida está prestes a chegar ao fim.
Muito perseverante, mantém-se nutrida mesmo no inverno mais rigoroso, ou nos desertos mais inóspitos.
Com seu grosso pelo de lã e olhar terno, possui uma estética própria para encantar.
A ovelha possui um coração puro e, com uma história conhecida de nove mil anos, a relação do homem com esse animal sempre foi e é das mais estreitas.
Inteligente, possui fabulosa capacidade de aprendizado e é um ótimo animal de companhia.
A ovelha sempre caminha com o homem no mundo concreto e imaginário, é expressão de arte, pelo símbolo que representa, desde Bach a Henriqueta Lisboa, desde o eruditismo à mais bucólica das representações subjetivas.

A Ovelha
(Henriqueta Lisboa)

Encontrastes acaso
a ovelha desgarrada?
A mais tenra
do meu rebanho?
A que despertava ao primeiro
contato do sol?
A que buscava a água sem nuvens
para banhar-se?
A que andava solitária entre as flores
e delas retinha a fragrância
na lã doce e fina?
A que temerosa de espinhos
aos bosques silvestres
preferia o prado liso, a relva?
A que nos olhos trazia
uma luz diferente
quando à tarde voltávamos
ao aprisco?
A que nos meus joelhos brincava
tomada às vezes de alegria louca?
A que se dava em silêncio
ao refrigério da lua
após o longo dia estival?
A que dormindo estremecia
ao menor sussurro de aragem?

Encontrastes acaso
a mais estranha e dócil
das ovelhas?
Aquela a que no coração eu chamava
– a minha ovelha?